10ª EDIÇÃO DO AZGO: A CONSOLIDAÇÃO DO FESTIVAL QUE VALE POR SI

A cidade de Maputo acolheu nos dias 19, 20 e 21 de Maio, a 10ª Edição do Festival AZGO. Foi o regresso do mais completo festival de artes em Moçambique, com um programa dinâmico, itinerante e abrangente. O Centro Cultural Franco-Moçambicano acolheu o show inaugural, numa noite de expectativas e ansiedade. Afinal era o primeiro dia do regresso AZGO três anos depois.

Coube a Fayazer, directamente da Ilha da Reunião, iniciar a noite na sala grande do CCFM, levando o público a descobrir sons tradicionais do seu país misturados com a música moderna. Trata-se da junção de Maloya e rap/trap, que o artista designa de Malotrap.

 

Já no Jardim do “Franco” a apresentação eletrizante dos The Hood Brodz, duo composto pelos irmãos Helio Beatz e Dj Granda Beats. A este grupo moçambicano juntaram-se Thobile Makhoyane (Eswatini) e Dona Saquia(Moçambique), do Tufo da Mafalala.

The Hood Brodz ofereceu todos os seus sets empolgantes de Afro house music, misturando batidas pulsantes e ritmos contagiantes. Thobile Makhoyane, através do Makhoya e outros instrumentos musicais tradicionais, mostrou sua musicalidade e influências únicas, contribuindo para uma fusão emocionante de estilos.

Dona Saquia, talentosa artista moçambicana, do grupo Tufo da Mafalala, com um estilo enérgico e presença de palco inegável, animou ainda mais a noite com sons do Norte de Moçambique.

 

Coube ao artista haitiano, radicado no Canadá, Vox Sambou, encerrar a noite. Vox Sambou, um músico e activista, fez uma abordagem única ao fusionar os ritmos tradicionais haitianos com elementos contemporâneos do hip-hop, reggae e música mundial.

 

Um festival de arte e life style 

“Diversidade cultural e paz” foi o tema da presente edição do AZGO, uma escolha temática que fez jus a cada peça do festival, nomeadamente: os artistas pelos diversos estilos e gerações, a interdisciplinaridade e sobretudo o cruzamento de toda a cadeia criativa. Foi sem dúvidas uma edição de exaltação da arte na verdadeira acepção da palavra, notório em todos os momentos da sua programação. A partir da concepção visual da 10ª Edição do AZGO, Hugo Mendes ou simplesmente Psiconautah, mostra a profundidade da arte a partir da tradição, identidade e modernidade.

 

A abordagem de Psiconautah é continua pela inclusão da moda e lifestyle na narrativa do AZGO.

A curadoria encontra no “Afrofuturismo” uma outra forma de inovar e gerar interesse dos festivaleiros, que foram viver uma experiência marcante trajados de roupas do futuro. A audiência foi desafiada a imaginar a África e os africanos do futuro através da indumentária.

Aliás, o melhor traje afrofuturista foi premiado pela organização do festival com um valor de cinquenta mil meticais atribuído ao estilista Valter Mudanisse.

“Tentei imaginar a mim mesmo e os africanos de modo geral nos próximos 50/90 anos. Contudo, criei a partir da tradição e da riqueza cultural que nos caracterizam como povo”, disse o vencedor.

Roupas e estilos ousados fora do padrão comum, tornaram o principal recinto do AZGO um lugar do futuro e de convergência de várias tendências de moda. Foram montados três palcos, a saber: 16 Neto, Zena Bacar e Fany Mpfumo.

O 16 Neto apresentou um alinhamento alternativo com a energia e o talento dos artistas: Pizzaw/Pineapples, Ckarina Miller, DJ Dub Rui, DJ Bob, Karen Ponto e Denilson LA.

Esta foi a primeira vez que o AZGO apresentou este palco, concebido para artistas emergentes na área da música e artes cénicas. E nesta edição, foi possível assistir neste palco a apresentação de uma peça teatral.

Nos palcos Zena Bacar e Fany Mpfumo, os grandes actos protagonizados por estrelas nacionais e internacionais que ofereceram uma verdadeira festa ao público que aderiu em massa ao AZGO 2023.

Os mais novos Mark Exodus, Helio Beatz, Radjha Ally, Dehermes e Yaba Buluku Boys se estreiam no AZGO com apresentações ricas e cheias de emoção. “Acho que acabo de realizar um sonho”, disse Mark Exodus logo a sua saído do palco.

Stewart Sukuma e Banda Nkuvu cantaram Moçambique com toda energia já conhecida. “O AZGO é um projecto consistente e hoje provou mais uma vez a sua relevância”, acrescentou o “Divo”.

 

Elvira Viegas, rosto da 10ª Edição do Festival AZGO, ofereceu uma áurea de nostalgia e despertou lembranças de um passado, apresentando os seus sucessos de sempre “Grito de Criança”, “Lizeze”, “Xikala Vitu” ou “Tiva Taku”.

 

Eduardo Paim matou “Saudades” de Maputo, cantando “Rosa Baila” com um suporte de uma banda composta por instrumentistas moçambicanos.

“Sinto-me amado e orgulhoso de todo percurso que trilhei. Há um calor especial e diferente dos moçambicanos. A esperança é voltar para muito mais, porque hoje essa semente foi lançada e ganhou uma nova vida”.

Os sul-africanos K.O, Sdala B & Paige apresentaram o melhor de house music, amapiano, rap/trap, entre outros géneros. O público cantou os sucessos de K.O, desde “SETE”, “Run Jozi” entre outros. Sdala B & Paige com “Khanyisa”, “Ghanama” e “Forever”.

O agrupamento Yaba Buluku Boys presenteou a audiência com uma das maiores apresentações da 10ª Edição do AZGO. O grupo com projeção internacional apresentou os seus hinos “Yaba Buluku”, “Madam De Madam”, entre outros êxitos.

…inclusivo e atento ao pulsar do país…

Pela primeira vez em Moçambique, um evento de artes criou uma zona específica para pessoas com deficiência. Trata-se de uma área que ofereceu ao público uma visualização do palco principal do Festival de forma privilegiada e confortável, com presença de uma equipe de voluntários preparados para ajudar com questões de logística como comprar bebidas, comidas, acesso a sanitários, entre outras necessidades pontuais.

Para além de lazer, o AZGO reafirmou o seu compromisso com temas importantes da vida do país. O recinto do evento serviu de espaço para a passagem de mensagens sobre esse sobre a preservação do meio ambiente e Tendo em conta o decurso do processo de recenseamento eleitoral, através da FAMOD (Fórum de associações de pessoas portadoras de deficiência) e através do teatro promover o dever cívico; o direito de votar e de ser eleito.

 

AZGO Mafalala: Um concerto gratuito para todos 

 

Integrado no programa de responsabilidade social, o Azgo voltou ao campinho da Mafalala.  Fruto de uma parceria entre a Khuzula, a Associação IVERCA e Lithos Stage Sound and Design, a festa do campinho inicia ao som da percussão e da coreografia de mulheres pintadas de Mussiro. É o Tufo da Mafalala já em palco, a fazer as honras da casa. Logo de Helio Beatz canta e encanta com o Pandza do futuro; Stewart Sukuma nos brinda um acústico dos seus maiores sucessos; Júnior Boca com o seu reggae leva a energia do Brasil e de outros quadrantes do mundo ao AZGO Mafalala.

#azgoprofuturo

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